50 anos de morte de Hannah Arendt: por que ela é essencial para os seus estudos?

Hannah Arendt foi uma das pensadoras mais importantes do século XX — e continua sendo uma voz indispensável, mesmo 50 anos depois de sua morte. Seus textos ajudam a entender temas que vivem aparecendo nas provas do Enem: totalitarismo, ética, direitos humanos, cidadania e participação política.

Mas não é só isso. Ela nos ensina a pensar o mundo com mais profundidade, a questionar discursos prontos e a perceber os riscos que corremos quando deixamos de participar da vida pública. Em um momento em que se fala tanto sobre democracia, fake news, intolerância e crise nas instituições, revisitar Arendt é mais do que uma escolha inteligente — é quase uma necessidade.

Se você quer mandar bem na prova e, de quebra, entender melhor o mundo em que vive, esse é o momento certo para (re)descobrir Hannah Arendt.

Biografia

Mesmo cinco décadas após sua morte, Hannah Arendt continua sendo uma voz indispensável para pensar a liberdade, a ética e os riscos da apatia política. Seus escritos desafiam a banalização do mal e nos convocam a agir com responsabilidade no espaço público. (Foto: Reprodução)

Johanna Arendt, mais conhecida como Hannah Arendt, nasceu em 1906, na Alemanha, e morreu em 1975, em Nova York. Filósofa e teórica política, ela teve uma formação de peso: estudou com nomes como Martin Heidegger, Edmund Husserl e Karl Jaspers — alguns dos maiores pensadores do século XX.

Por ser judia, foi presa logo após a chegada dos nazistas ao poder em 1933 e precisou fugir do país. Viveu como refugiada em Paris até 1941, quando conseguiu emigrar para os Estados Unidos. Lá, reconstruiu sua vida, virou cidadã americana e passou a dar aulas em universidades renomadas como Princeton e Chicago.

Sua vivência como apátrida, sem uma pátria que a reconhecesse, marcou profundamente seu pensamento. Isso a levou a refletir sobre os direitos humanos, os refugiados e o que ela chamou de “direito a ter direitos”. Mais tarde, ao acompanhar o julgamento do nazista Adolf Eichmann, escreveu um dos seus livros mais conhecidos — Eichmann em Jerusalém — e lançou o conceito de “banalidade do mal”, mostrando como pessoas comuns podem se tornar cúmplices de crimes terríveis simplesmente por não pensarem criticamente.

Arendt dedicou sua vida a entender como o mundo funciona — e, principalmente, o que acontece quando deixamos de pensar, de agir e de participar. Estudar suas ideias é um jeito poderoso de se preparar para o vestibular e, mais ainda, de olhar para os desafios do presente com mais clareza e responsabilidade.

Ideias fundamentais

As Origens do Totalitarismo (1951)

Neste livro, Arendt analisa os regimes nazista e stalinista como formas de poder que vão além das ditaduras tradicionais. O que está em jogo aqui não é só controlar o governo, mas dominar toda a vida das pessoas. Ela explica como o antissemitismo, o racismo e a fragmentação social — quando as pessoas se sentem isoladas, sem vínculos — criam um terreno fértil para o totalitarismo crescer. É um alerta forte sobre como regimes opressivos podem surgir quando perdemos os laços com a comunidade e deixamos de participar ativamente da vida pública.

A Condição Humana (1958)

Aqui, Arendt propõe três tipos de atividades humanas:

  • Trabalho, que garante nossa sobrevivência (comer, dormir, viver);
  • Obra, que cria um mundo mais estável (como construir uma casa ou escrever um livro);
  • Ação, que acontece quando a gente participa da política, conversa, toma iniciativa.
    Ela defende que a ação é a parte mais nobre da nossa vida pública, porque mostra nossa liberdade e capacidade de começar algo novo. Para Arendt, a política não é só sobre votar, mas sobre estar presente, falar, agir junto com os outros. E ela critica uma sociedade que valoriza só o conforto pessoal, esquecendo da vida coletiva.

Entre o Passado e o Futuro (1961)

Essa obra é uma coletânea de ensaios sobre os desafios do mundo moderno. Arendt diz que vivemos num intervalo entre um passado que já não nos guia e um futuro ainda indefinido. E é justamente nesse “vazio” que temos a chance de repensar ideias antigas, como justiça e liberdade, e renovar nossa forma de agir no mundo. Ela convida cada um de nós a pensar por conta própria e a assumir responsabilidade diante dos problemas políticos e sociais.

Essas ideias não são só teoria: elas ajudam a entender temas que caem direto em redações e questões do ENEM, como democracia, cidadania, ética e direitos humanos.

Conceitos-chave explicados

Totalitarismo

Diferente de outras formas de governo autoritário, o totalitarismo — segundo Hannah Arendt — quer controlar tudo: não só o que você faz na vida pública, mas também o que você pensa e sente na vida privada. É um tipo de dominação que usa a ideologia (uma explicação única para tudo) e o terror (medo constante, perseguição, censura) para manter o controle total.

Ela analisa o nazismo e o stalinismo como exemplos desse modelo. E mostra como regimes assim surgem quando as pessoas estão isoladas, sem laços sociais ou políticos — viram “massas” que podem ser facilmente manipuladas.

Para você, que estuda atualidades e história, esse conceito ajuda a entender tanto o passado quanto os riscos de práticas autoritárias que ainda existem hoje.

Banalidade do Mal

Esse é um dos conceitos mais marcantes de Arendt. Quando ela assistiu ao julgamento de Adolf Eichmann, um dos organizadores do Holocausto, percebeu algo chocante: ele não parecia um monstro. Era um homem comum, que dizia só estar “seguindo ordens”.

Daí surgiu a ideia de banalidade do mal: o mal nem sempre vem de pessoas perversas. Às vezes, ele acontece quando indivíduos comuns param de pensar, deixam de questionar, e simplesmente obedecem.

Essa reflexão é muito útil para pensar sobre obediência cega, violência institucional, fake news e até comportamentos nocivos nas redes sociais. É um convite a nunca abrir mão do pensamento crítico.

Natalidade

Enquanto muitos filósofos colocam a morte como o centro da vida humana, Arendt aposta no contrário: o nascimento. Para ela, natalidade é a capacidade que todo ser humano tem de começar algo novo. É esperança pura.

Significa que cada geração carrega o potencial de mudar o mundo — inclusive através da política. Mesmo quando tudo parece fechado, a natalidade lembra que a ação humana pode criar novos caminhos. Um conceito inspirador, especialmente para quem está pensando no futuro.

Ação

A ação é, para Arendt, a expressão máxima da liberdade. Acontece quando a gente entra em cena, participa da vida pública, conversa, propõe, transforma. É diferente de trabalhar (que mantém a vida) e de produzir coisas (como construir algo): a ação envolve outros seres humanos e pode ter consequências imprevisíveis.

Ela acredita que a política de verdade só existe com ação: com pessoas se reunindo, discutindo, agindo juntas. Isso tem tudo a ver com temas como democracia, ativismo, cidadania e engajamento — assuntos quentes nos vestibulares.

Esfera Pública

A esfera pública é onde a política acontece de verdade: um espaço aberto para debate, confronto de ideias, decisões coletivas. Para Arendt, é nesse lugar que a liberdade ganha forma. É o oposto do isolamento ou do silêncio.

Hoje, esse conceito é essencial para pensar o papel das redes sociais, os limites da liberdade de expressão, o impacto das fake news e a importância da pluralidade. Uma democracia saudável precisa de uma esfera pública viva — e esse é um ponto que você pode explorar muito bem em redações e questões discursivas.

Por que Hannah Arendt é essencial para os seus estudos?

Imagine ter uma pensadora que ajuda a entender tudo isso de forma clara, crítica e, principalmente, atual — mesmo tendo vivido no século passado. Esse é o poder do pensamento de Hannah Arendt.

Arendt não é só “mais uma filósofa para decorar na redação”. Ela é uma aliada para interpretar o mundo que a gente vive. Seus estudos sobre o totalitarismo, por exemplo, ajudam a entender como regimes autoritários surgem quando as pessoas deixam de participar da vida pública, se isolam umas das outras e param de pensar por conta própria. Parece algo distante? Pense no aumento do ódio nas redes sociais, na manipulação de informações e na dificuldade de diálogo nos dias de hoje. Arendt já estava alertando para isso lá atrás.

O conceito da “banalidade do mal” é outro ponto chave. Arendt mostra que o mal nem sempre vem de pessoas malvadas “de filme”. Muitas vezes, ele nasce da falta de pensamento crítico — de gente comum que só segue ordens, compartilha sem checar, ataca sem refletir. É sobre isso que ela fala: a importância de pensar antes de agir. De ser responsável por aquilo que a gente apoia, mesmo sem perceber.

E tem mais: Arendt viveu como refugiada, exilada, sem pátria. Isso fez com que ela pensasse profundamente sobre o que significa ter direitos. Hoje, com tantas crises migratórias, conflitos e exclusões sociais, sua ideia de que todos têm o “direito a ter direitos” nunca foi tão urgente.

Então, por que ela é essencial para os seus estudos? Porque ajuda a ler o presente com os olhos bem abertos. Porque seus conceitos podem aparecer em temas de redação, questões de atualidades, história, sociologia e filosofia. E, mais do que isso, porque ela te convida a fazer aquilo que a escola e a vida muitas vezes esquecem: pensar com autonomia.

Ler Arendt não é só se preparar para a prova. É se preparar para o mundo.

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Fonte: Blog do Enem