Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu leva- lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: - Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia. ANDRADE, Carlos Drummond de Contos plausíveis. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. 1) Que motivos conduziram as pessoas a achar que Paulo era mentiroso? 2) Releia o diagnóstico do médico: Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia. A afirmação do médico confirma a ideia de que Paulo é mentiroso? Explique sua resposta.